Onde é que você vai com tanta pressa
Com esse ar de quem tem muito o que fazer
Se eu posso lhe pedir alguma coisa
Eu lhe peço: senta aqui
Como um dia eu sentei naquele poço
E a amizade visitou meu coração
Fui o amigo e o esposo que faltava
E hoje pode ser também assim
Os seus olhos me revelam tanta sede
E não sou indiferente a sua dor
Mas tem coisas que eu não faço, não são minhas
Dependem somente do seu querer
O milagre se dará por duas vias
Uma é minha e a outra deixo pra você
Se você trouxer a mim a sua água
Eu devolvo vinho
Chega mais perto, não tenha medo
Não diga nada, silêncio é palavra que não faz segredo
Se for preciso, enxugo seu rosto
Lágrimas são fragmentos de histórias que eu posso entender
Eu lhe vejo entrelaçado em tantos erros
Machucando tanta gente sem saber
Infeliz vai se tornando pouco a pouco
Por favor, queira voltar
Não prometo dar-lhe um jardim de flores
Mas prometo a força pra poder plantá-lo
E asseguro no cultivo estar bem junto
Se preciso, lhe consolar
Cantaremos a semente germinada
Podaremos o que não puder crescer
Cada poda há de ter um ensinamento
Eu vou lhe ajudar a compreender
Sou o verbo de princípio feito carne
Sou o Deus que resolveu ter coração
E hoje está sentado à beira desse poço
Mirando o seu rosto, na voz deste moço, lhe dando um recado
Que se for preciso, espero visita, não tarde em chegar
A casa é a mesma, o mesmo endereço, te espero por lá
Chega mais perto...
*Padre Fábio de Melo*
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