Há para todas as coisas um tempo determinado por Deus
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher o que se plantou;
Tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se;
Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora;
Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de calar e tempo de falar;
Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.
Eclesiastes 3:1-8
domingo, 11 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
Amor até o fim
Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
O amor é como a rosa no jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater
Pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
*Gilberto Gil*
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
O amor é como a rosa no jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater
Pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
*Gilberto Gil*
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Queixa
Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Amiga, me diga...
*Caetano Veloso*
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Amiga, me diga...
*Caetano Veloso*
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Decisão

Não vou te ligar,
Nem pedir para explicar,
A sua total desatenção.
Não vou mais chorar,
Nem te priorizar.
Instalou-se a decepção.
Percebo que por ilusão,
Desejei o inalcançável.
Sonhei com o inacessível.
Lutei contra o impossível.
Esperei o inesperável.
Hoje quero outra direção.
Com ou sem você, amor,
Vou me dar valor!
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Hino do Galo da Madrugada
Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada
A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da Madrugada, já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
O Galo também é de briga, as esporas afiadas
E a crista é coral
E o Galo da Madrugada,
Já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
*Composição: José Mário Chaves - Interpretado por Alceu Valença, um dos homenageados do carnaval 2012 de Recife-PE*
-> Para saber mais sobre o maior bloco do mundo, acesse: http://www.galodamadrugada.org.br/carnavalAtual.php
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Na sua estante

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar,
Te vejo sonhando e isso dá medo,
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
Você acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Só por hoje não quero mais te ver, só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar
*Pitty*
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Cadê a ajuda e a proteção?
POLÍCIA
Dizem que ela existe
Pra ajudar!
Dizem que ela existe
Pra proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...
Dizem pra você
Obedecer!
Dizem pra você
Responder!
Dizem pra você
Cooperar!
Dizem pra você
Respeitar!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...
*Titãs*
Dizem que ela existe
Pra ajudar!
Dizem que ela existe
Pra proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...
Dizem pra você
Obedecer!
Dizem pra você
Responder!
Dizem pra você
Cooperar!
Dizem pra você
Respeitar!...
Polícia!
Para quem precisa
Polícia!
Para quem precisa
De polícia...
*Titãs*
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Capiba

Lourenço da Fonseca Barbosa, Capiba, nascido em Surubim em 1904,filho de um mestre de banda, Severino Atanásio de Souza Barbosa, viveu e respirou música desde a infância. Começou a trabalhar como pianista, ainda garoto em Campina Grande (PB). Depois de uns poucos anos em João Pessoa, onde completou o curso médio, e também trabalhou como músico, além de criar suas primeiras composições, uma das quais chegou a ganhar um concurso promovido por uma revista carioca (um vivaldino, no entanto, chegou antes do compositor e seu parceiro, e recebeu o prêmio pelo primeiro lugar), veio morar no Recife, em 1930, quando passou num concurso para o Banco do Brasil, emprego que lhe daria segurança econômica para dar vazão ao seu enorme talento como compositor (formou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão). Em 1931 teve seu nome reconhecido como compositor, e músico da Jazz Band Acadêmica, na capital pernambucana, com Valsa verde (feita em parceria com Ferreira dos Santos). Em 1934, Consolidou-se como autor, ao vencer um certame de música carnavalesca, com o frevo-canção É de amargar. Até os primeiros anos da década de 80, do século 20, Capiba pontificou na música pernambucana, e brasileira. E não apenas como autor de memoráveis frevos-canção. Seu primeiro grande sucesso nacional foi a canção Maria Betânia, gravada por Nelson Gonçalves, em 1945.
Seus frevos-canção tornaram-se ainda mais conhecidos no final da década de 50, com o lançamento pela Rozenblit, do LP Capiba 25 Anos de Frevo, interpretados por Claudionor Germano. Falecido em 31 de dezembro de 1997, Capiba produziu uma obra caudalosa, tanto gravada, quanto inédita (neste último item, estima-se que tenha deixado mais de quatro centenas de composições, entre frevos, peças eruditas).
*Fonte: www.frevo.pe.gov.br/capiba
MADEIRA QUE CUPIM NÃO RÓI
Madeira do Rosarinho
Vem à cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original
Não vem pra fazer barulho
Vem só dizer
E com satisfação
Queiram ou não queiram os juízes
O nosso Bloco é de fato campeão
E se aqui estamos
Cantando essa canção
Viemos defender
A nossa tradição
E dizer bem alto
Que a injustiça dói
Nós somos madeira de lei que cupim não rói
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
UFC

Nos últimos dias nenhum esporte foi tão comentado como o UFC. Eu, particularmente, aprendi a admirar as lutas marciais e, talvez, um dia, se tiver oportunidade, possa começar a praticar alguma. O fato é que resolvi pesquisar e, através da informação, diminuir o preconceito em torno de campeonatos de luta. O UFC (Ultimate Fighting Championship – Campeonato de Maiores Lutadores) é um campeonato de MMA (Mixed Martinal Arts – Artes Marciais Mistas). Os lutadores desse esporte praticam diferentes artes marciais como: jiu-jitsu, boxe, luta livre olímpica, caratê, boxe tailandês, boxe chinês, muay thai, entre outras.
Os lutadores se enfrentam com 5 assaltos de 5 minutos(numa luta principal) e com 3 assaltos de 5 minutos (em decisão de título) em um ringue com forma de octógono e fechado por uma grade. Os resultados das lutas se definem com:
•Desqualificação - Acontece quando um dos lutadores aplica de forma intencional algum golpe ilegal (como cabeçadas, golpes na região genital, golpes na região anterior à cabeça, entre outros) ou realiza algum movimento proibido de acordo com as regras (segurar nas grades seguidamente, por exemplo). Caso o combate não possa prosseguir, ou o lutador insista em não obedecer às regras, ele será desclassificado.
•Finalização - Ocorre quando um lutador recebe uma técnica característica da luta agarrada, tais como chaves e estrangulamentos, e demonstra clara desistência, através de batidas no chão do ringue (com os pés ou mãos) ou verbalmente.
Ps: No caso de estrangulamentos, caso o lutador não desista, ele pode desmaiar. Se isso acontecer, o arbitro irá intervir, e será decretada a finalização da mesma forma.
•Nocaute - Ocorre quando um lutador recebe um golpe legal e fica inconsciente.
•Nocaute Técnico - Pode ocorrer de diversas formas:
->Decisão médica - Ocorre quando o médico julga que o lutador não pode continuar no combate, devido à um corte ou lesão. Portanto, o médico pode encerrar o combate se julgar que a integridade física do lutador estará ameaçada caso continue. Esta decisão não depende do lutador, portanto, por mais que ele queira continuar, se o médico determinar o fim do combate, será a decisão final.
->Interrupção do árbitro - Neste caso, o árbitro do ringue encerra a luta por achar que um lutador não está mais se defendendo ou esboçando qualquer reação.
->Lesão - Neste caso, o próprio lutador manifesta desistência, ou o árbitro do ringue encerra a luta, sem necessidade de consulta ao médico. Ocorre em casos de lesões mais visíveis, como fraturas ou graves torções.
•Decisão do júri - Ao término dos 3 ou 5 rounds, 3 juízes decidirão quem é o vencedor. Para isso, eles se utilizam de diversos critérios: agressividade, contundência em pé, domínio no chão, trocações efetivas, agarramentos efetivos, controle da área do ringue e de luta, defesa,etc.
Por incrível que possa parecer nunca se registrou uma morte no UFC. As artes marciais ensinam a técnica da luta, mas também ajudam no equilíbrio emocional e no controle da agressividade. O UFC é um campeonato com regras, com árbitro, com júri e, se necessário, ajuda médica imediata.
Discordo de quando chamam os lutadores de UFC de "gladiadores modernos". Os gladiadores eram lutadores escravos na Roma Antiga que combatiam na arena com homens e feras para divertimento do povo, usando uma espada curta como arma. Muitos desses duelos acabavam com a morte de um dos combatentes, fosse durante o combate, fosse por exigência do público. No UFC os lutadores usam técnicas das artes marciais e não me lembro de nenhuma luta ter acabado em morte.
Carnificina nós vemos nas ruas, provocadas por pessoas desequilibradas que pegam armas e saem atirando contra tudo e todos, matando inocentes em nome de uma ideologia torpe ou pelo simples prazer em matar.
Viva o esporte! Viva a ocupação de crianças e jovens em tatames e ringues e não nas ruas! Viva nossos campeões brasileiros de UFC: Rodrigo Nogueira (Minotauro), Júnior dos Santos, Marco Ruas, Lyoto Machida (The Dragon), Maurício Rua (Shogun), Anderson Silva (The Spider), Vitor Belfort (The Phenom), Royce Gracie, José Aldo e Diego Brandão (Ceará). Parabéns campeões! Continuem raçudos!
*Fonte dos dados: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ultimate_Fighting_Championship*
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Hit do momento

Para os gringos que ainda não conseguem cantar em português, mas se apaixonaram pela musicalidade de "Ai se eu te pego" do Michel Teló, segue abaixo a letra em inglês do sucesso do momento.
Oh If I Catch You
Wow Wow
This way you're gonna kill me
Oh if I catch you, Oh my God if I catch you
Delicious, delicious
This way you're gonna kill me
Oh if I catch you, Oh my God if I catch you
Saturday at the party
Everybody started to dance
Then the prettiest girl passing on front of me
I got closer and I started to say
Wow Wow
This way you're gonna kill me
Oh if I catch you, Oh my God if I catch you
Delicious, delicious
This way you're gonna kill me
Oh if I catch you, Oh my God if I catch you
sábado, 14 de janeiro de 2012
Por um minuto

Todos os amantes já adormeceram
E todas as palavras já se calaram
Já não vive o mundo em que se perderam
Nem as madrugadas em que se amaram
Quero sentir, quero ouvir
Seus passos de volta à minha porta
Pra dizer que me amava quando estava longe
E deixar que amanhã, juntos nos encontre
E que passe a ser vida o que hoje é só sonho
E que se acabem os segredos
E que se aumente os desejos
E assim, enquanto eu te beijo
Que mude o destino, por um minuto
Que meu corpo encontre o seu corpo
Num prazer absoluto
E assim, enquanto eu te abraço
Me aperte em seus braços, por um minuto
De um jeito que só você sabe
De um jeito que só eu sei
Já não há razão pra não ser pra sempre
Dessa vez há de ser, tem que ser diferente
Não me deixe sozinho, nem mesmo um pouco
Que esse pouco me deixa cada vez mais louco
E que se acabem os segredos
E que se aumente os desejos
E assim, enquanto eu te beijo
Que mude o destino, por um minuto
Que meu corpo encontre o seu corpo
Num prazer absoluto
E assim, enquanto eu te abraço
Me aperte em seus braços, por um minuto
De um jeito que só você sabe
De um jeito que só eu sei
Que meu corpo encontre o seu corpo
Num prazer absoluto
E assim, enquanto eu te abraço
Me aperte em seus braços, por um minuto
De um jeito que só você sabe
De um jeito que só eu sei
* A.Lorenzi / Santandrea / Capdevilla - Versão: Cláudio Rabello*
*Imagem: Steinbach*
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Gonzaguinha
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro, filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.
A mãe morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos, e o pai, não podendo cuidar do menino porque viajava por todo Brasil, entregou-o aos padrinhos: Dina (Leopoldina de Castro Xavier) e Xavier (Henrique Xavier).
Moleque Luizinho – seu apelido de infância – ia aprontando das suas. Pipas, peladas, bolinha de gude, pião e os acidentes da infância. Como as três vezes em que furou o olho esquerdo. Na primeira, com uma pedrada, depois, com um estilingue e, na quina da cama, com isso perdeu 80% da visão desse olho.
No carnaval fugia com Pafúncio, um vendedor de caranguejos que morava nas redondezas e era membro da ala de compositores da Unidos de São Carlos, a partir daí, o samba estaria definitivamente em sua vida. Nas ruas do Estácio, Gonzaguinha ia crescendo, entre a malandragem dos moleques de rua e o carinho da madrinha.
Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia-a-dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.
O aprendizado musical se fez em casa mesmo, ouvindo o padrinho tocar violão e tentando fazer o mesmo. Quando pequeno Gonzaguinha ouvia Lupicínio Rodrigues, Jamelão e as músicas de seu pai. Gostava de bolero e era assíduo freqüentador de programas sertanejos. Ouvia também muita música portuguesa, pois D. Dina, sua madrinha e mãe adotiva, era filha de portugueses e manteve-se ligada às tradições familiares.
Aos catorze anos, Gonzaguinha escrevia sua primeira composição: Lembranças da Primavera. Pouco mais tarde, compôs Festa e From U.S of Piauí, que seu pai gravaria em 1967.
Em 1961, Gonzaguinha, que estava completando 16 anos, foi morar com o pai em Cocotá. Xavier e Dina não podiam dar estudos para o garoto, que queria estudar economia.
Neste ano Gonzaguinha estudou muito, desde então jamais repetiu um ano, lia todos os jornais e guardava tudo num saco de estopa, ele dizia que esses jornais podiam ajudar ele nos estudos. Só depois de formado é que ele jogou tudo fora.
Trancado no quarto, estudava economia e tocava violão. Quando saía, ia para a praia jogar futebol, sua outra paixão. Como já fizera no morro de São Carlos, esquecia dos horários e nunca vinha almoçar.
Em dezembro de 61, ocorreu o primeiro acidente automobilístico de sua vida, em viagem com o pai e um amigo, a caixa de mudança do carro enguiçou, isso ocorreu no Rio, em direção a Miguel Pereira, Gonzagão ficou um mês hospitalizado, e Gonzaguinha só sofreu um grande susto.
Os desentendimentos com Helena, esposa de Gonzagão, fizeram com que o menino acabasse sendo interno em um colégio. Talvez tenha sido a partir daí que o "homem" Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior tenha começado a se delinear. Não só concluiu o Curso Clássico, como ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes (Rio de Janeiro). Aquele que tinha tudo para não dar em nada, começava a mostrar o cidadão consciente social e politicamente.
O começo da amizade com Ivan Lins e alguns outros teve inicio na rua Jaceguai, na Tijuca onde morava o psiquiatra Aluízio Porto Carrero, um homem que gostava de levar pessoas a sua casa para longas conversas, jogos de cartas ou uma roda de violão.
Foi nesta casa que Gonzaguinha conheceu Ângela, sua primeira esposa, mãe dos seus dois filhos mais velhos, Daniel e Fernanda .
Em 1973, Gonzaguinha participou do programa Flávio Cavalcanti apresentando a música “Comportamento Geral” num dos concursos promovidos pelo programa. Os jurados ficaram apavorados com a letra que dizia "Você deve aprender a baixar a cabeça e dizer sempre muito obrigado/ São palavras que ainda te deixam dizer por ser homem bem disciplinado/ Deve pois só fazer pelo bem da Nação tudo aquilo que for ordenado".
Muita polêmica, uma advertência da censura mas, em compensação, o compacto gravado pelo compositor, que estava encalhado nas prateleiras das lojas, esgotou-se em poucos dias e logo Gonzaguinha pulava do quase anonimato para as paradas de sucesso na Rádio Tamoio e era convidado para gravar um novo disco.
Como era de se prever naqueles anos de chumbo, a divulgação da música logo foi proibida em todo o território nacional e Gonzaguinha "convidado" a prestar esclarecimentos no DOPS. Seria a primeira entre muitas visitas do compositor ao órgão público. Para gravar 18 músicas, Gonzaguinha submeteu 72 à censura - 54 foram vetadas!
Apesar de toda a perseguição, Gonzaguinha nunca deixou de divulgar seu trabalho: quer seja em discos onde driblava os censores com canções alegóricas, quer seja em shows onde, além de cantar as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, Gonzaguinha não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava.
Em 1975, Gonzaguinha dispensou os empresários e essa atitude foi fundamental para sua carreira, segundo Gonzaguinha a vantagem de trabalhar independente dos empresários está nos contatos que o artista mantém com várias pessoas, o que concorre para recuperar a base humana do trabalho.
O ano de 1975 foi particularmente importante na vida do compositor: tendo contraído tuberculose, Gonzaguinha viu-se obrigado a passar oito meses em casa e aproveitou o tempo para meditar e refletir sobre si mesmo.
O ano de 1975 também marcou o início das suas excursões pelo Brasil, em que rodou todo o país de violão. Com isso, conseguiu solidificar as bases nacionais de sua arte e descobriu a importância de seu pai, na música popular brasileira.
Em 1976, Gonzaguinha gravou o LP Começaria Tudo Outra Vez. O disco, de acordo com o próprio autor, representou a capacidade de voltar ao início da carreira, retomar a espontaneidade perdida e "assumir a coerência de um trabalho que vem se estendendo há muito tempo".
Em 1981 nasceu Amora Pêra, filha de Gonzaguinha e da Frenética Sandra Pêra.
Depois disso, sua carreira constituiu uma coleção de sucessos, tanto nas apresentações ao vivo como nos diversos LPs que lançou, entre os quais Gonzaguinha da vida (1979), Coisa Mais Maior de Grande (1981), Alô, Alô Brasil (1983), em toda essa trajetória, Gonzaguinha tem demonstrado, ao lado de qualidades artísticas indiscutíveis, uma grande coerência de idéias sobre a arte, a vida e a dimensão política do homem.
Seus últimos 12 anos de vida, Gonzaguinha passou-os ao lado de Louise Margarete Martins
- a Lelete. Desta relação nasceu Mariana, sua caçula. Até hoje Lelete e Mariana vivem em Belo Horizonte, cidade onde Gonzaguinha viveu durante dez anos.
A vida em Minas, mais calma, com longos passeios de bicicleta em torno da lagoa da Pampulha, marcou um período mais introspectivo de sua carreira. O músico dedicava-se a pesquisar novos sons dividindo-se entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país.
A mais importante dessas turnês talvez tenha sido com o show "Vida de Viajante", ao lado do pai Luiz Gonzaga, em 1981. Não apenas um show, "Vida de Viajante" selou o reencontro de pai e filho, a intersecção de dois estilos, o Brasil sertanejo do baião encontrando o Brasil urbano das canções com compromisso social e uma só paixão – o palco.
Se "Todo artista tem de ir aonde o povo está", lá estavam pai e filho deixando mágoas, desavenças, ressentimentos na poeira das estradas. Viajando juntos por quase um ano, mais do que se perdoaram – tornaram-se amigos. Não houve reconciliação, houve compreensão.
O acidente que tirou a vida de Luiz Gonzaga Júnior, aconteceu na manhã do dia 29 de abril de 1991, ocorrido no quilômetro 30 da BR-280, entre os municípios de Renascença e Marmeleiro, na região sudoeste do Paraná e a cerca de 420 quilômetros de Curitiba.
O Monza dirigido por Gonzaguinha bateu de frente no caminhão F-4000 com placa de Marmeleiro (PR), Gonzaguinha ainda chegou a ser levado a policlínica São Francisco de Paula, em Francisco Beltrão aonde chegou sem vida
Os passageiros que viajavam com o Cantor, seu empresário Renato Manoel Duarte e Aristide Pereira da Silva, foram internados na mesma policlínica em estado de coma, ambos tiveram traumatismo craniano. O Renato foi o único sobrevivente.
Segundo um patrulheiro da polícia rodoviária estadual, disse que possivelmente o sol atrapalhou a visão do motorista da caminhonete, pertencente a um matadouro. O motorista cruzou a pista para entrar numa estrada de terra que conduz ao matadouro e atingiu o Monza. No asfalto, ficou a marca da freada do automóvel por quase 50 metros.
Gonzaguinha seguia em destino a Foz do Iguaçu onde de lá tomaria um avião com destino a Florianópolis, para a realização de seis shows em Santa Catarina.
*Fonte: www.gonzaguinha.com.br.
Abaixo, apenas uma das belíssimas canções do "eterno aprendiz". Entre no site indicado e conheça sua obra. Viva Gonzaguinha!
Mulher e daí (Apenas mulher)
E daí
Pouco importa se você se importa
Que se interessa ou não se interessa
É fim de conversa
Eu volto pra vida
Que deixei lá fora na rua
E daí
Vou sentindo a demora
De ver que o vulcão
Que o meu peito devora
Não teve a resposta
A contra-proposta
Da parte que é tua
Fui tua...e daí
É uma pena
Que a moça não seja
De cama e mesa
Um bicho e uma presa
Que depois de usada
Se guarda ou se joga
Na lata do lixo
E daí
Eu sou uma mulher
Uma parte comum
De um jogo qualquer
Pra perder ou ganhar
Ou aquilo que for
Mas os dois com a mão na colher
E daí
Digo a frase maldita
Que pra mim pouco importa
Se você acredita
Eu te amo e não temo este amor
Já vou indo e levando esta dor
Vou em paz
Pois não temo a dor de amar demais
E daí? E daí? E daí!
domingo, 1 de janeiro de 2012
Marcas do que se foi
Este ano quero paz
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...
*Roberto Pera e Flecha*
No meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão...
O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar...
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer...
*Roberto Pera e Flecha*
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